terça-feira, 17 de novembro de 2009

Duranta Parte II

Essa planta foi trabalhada pelo amigo Vanderlei na ocasião em que esteve nos visitando aqui. Ela pertence ao meu acervo e é um simbolo de nossa amizade. Jamais altero o estilo e projeto original. Como respeito ao artista que a estilizou, faço apenas a manutenção e refinamento.
Gosto muito dessa planta, pois ela é carregada de sentimento, além de seu estilo naturalistic incrível.
Seguem fotos atuais:






Segue a postagem do trabalho inicial:
http://bonsaihobus.blogspot.com/2009/01/duranta-repens-por-vanderlei.html

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Linha de tronco


Sempre que começamos a estilizar um bonsai, vem a pergunta: qual estilo seguir? O que define o estilo?


É imprescindível que observemos o tronco na hora de executar a maioria dos estilos. É certamente o tronco que vai nos dar pistas importantes na hora de escolher como vamos trabalhar nosso bonsai.

Por isso é fundamental que observemos a “linha de tronco”

Começando pelo nebari, passando pelo tashiagari, até o ápice é o que chamamos de linha de tronco.

O que observar na hora de escolher a linha de tronco:

1. Nebari : Já estudamos anteriormente

2. Tashiagari: Já estudamos anteriormente. Vale lembrar que é ele quem define o restante da linha de tronco. Se temos um tashiagari com poucas curvas, precisamos uma linha de tronco com poucas curvas.

3. Conicidade: Importantíssimo!!! A árvore deve começar grossa e ir afinando em direção do ápice. O ideal é que este afinamento seja progressivo, sem afinamentos abruptos. Também é bom procurar um afinamento continuo, evitando áreas com pouco afinamento no meio da planta (chamamos de áreas monótonas). Uma boa forma de conseguir conicidade é substituir partes do tronco por um galho (formando novo ápice, mais baixo e mais cônico). Conicidade invertida (mais grossa em cima do que em baixo) é um erro difícil de corrigir. Evite plantas assim.

4. Movimento: Não é somente curvas laterais que fazem o movimento. Um bom movimento precisa de profundidade, de ritmo. Um zig-zag não é um bom movimento. Torna a planta monótona.

Aqui vale ressaltar que na medida que nos aproximamos do ápice da planta as curvas devem ser mais próximas e mais suaves.

5. Inclinação: No Japão usa-se uma leve inclinação para a frente, indicando reverência, respeito da árvore por seu observador. Bonsai com ápice inclinado para trás é considerado desrespeito para com quem o observa.

Igualmente é considerado falta de respeito quando a primeira curva do tronco faz um “peito” em direção ao observador.

6. Ausência de cicatrizes: Sempre procurar uma linha de tronco limpa, sem cicatrizes, ou com cicatrizes que possam ser corrigidas. Quando cortar um galho grosso, é bom que o corte fique para trás.

7. Posição dos galhos: Observar se é possível encontrar galhos para formar a copa, ou se é necessário girar um pouco a planta para isso. Se a planta tem galhos todos para um lado, pode dificultar a estilização.

Uma dica: Gire e incline a planta em todas as direções. Isso ajudará a encontrar a melhor posição para trabalhar ela. Nem sempre a posição que a planta vem no vaso é a adequada. As vezes uma inclinada resolve muitos problemas na planta, especialmente a falta de movimento.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Os terços



Podemos dizer que bonsai é dividido em 3 terços:


1º terço: tashiagari (define o restante da planta)


2º terço: 1º,2º 3º galhos (nomenclatura correta: 1º galho, fundo e 2º galho)


3º terço: ápice (finalização da copa)




Seguem imagens:


quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Correção de nebari (alternativa)

Olá amigos...

Um dos pontos mais esquecidos nas nossas plantas é o nebari. Muitas vezes as plantas que compramos são muito boas na parte aérea, mas um fracasso no nebari.
Com o tempo, vemos que precisamoa melhorar.
Tem plantas que podemos fazer alporquia, ou enxerto de raíz. Mas algumas não nos dão essa possibilidade.
Essa serissa que vou mostrar poderia ser alporquiada, mas ficaria com o tronco muito curto. Por isso optei por outro caminho: montagem de pedras.




terça-feira, 1 de setembro de 2009

Piracanta

Olá amigos do bonsai...
Faz um bom tempo que não posto nada de novo aqui.
Ontem realizei um trabalho de manutenção em uma planta antiga e vou postar algumas fotos da história dessa planta.
Essa Piracanta foi coletada no mesmo local de minha piracanta grande. O estilo escolhido é algo próximo de um literat.
Os pontos fortes dessa planta são o nebari e a ramificação.
Os pontos fracos são: uma das curvas tem o ângulo muito acentuado e 2 cicatrizes grandes ainda não bem fechadas.
Pro futuro penso em compactar ela mais um pouco.

Foto Atual:


Foto de 2008

Foto de 2005


Foto de 2004








segunda-feira, 8 de junho de 2009

Durante - Madeira morta

O trabalho com madeira morta (Shari e Jin) é um belo artificio para resolvermos alguns problemas em plantas coletadas na natureza. Geralmente a falta de conicidade é uma das maiores dificuldades em plantas que não receberam nenhum tipo de trabalho prévio. Nesses casos um shari ajuda a amenizar o problema.



Para exemplificar, vou mostrar um trabalho que iniciei hoje, e que depois de alguns anos poderá ter uma boa harmonia.

Este pingo de Ouro tinha 2 metros de altura. Um bom nebari, mas o tronco era totalmente reto.

Ele foi arrancado e jogado no lixo. Levei para casa, cortei ele na altura de 20cm, e esperei brotar.

Como ele havia ficado um dia no sol, um lado dele não brotou e acabou secando.

Após a brotação resolvi aproveitar o lado morto e trabalhar um shari que ajudasse na conicidade.

Os galhos Ainda terão que engrossar muito, ajudando na proporcionalidade final da estrutura.

Meu projeto é para mais 5 anos de trabalho, sendo que esta foi a primeira intervenção.


Seguem as fotos:


sexta-feira, 22 de maio de 2009

Pitanga



Depois de 6 anos de espera, a recompensa!!!!











Esta pitanga foi presente de um amigo muito especial, o Udo de Cascavel - PR. Um dos primeiros bonsaistas que conheci, e que ajudou muito no inicio de minha caminhada.
Não é uma pitanga dentro das proporções, mas gosto dela por sua copa densa e natural.
Meu ultimo trabalho com ela foi aredondar a copa, deixando ela mais baixa.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Serissa


Ontem recebi uma notícia que me deixou muito feliz. Minha esposa, Haiga, está grávida. Ainda não sabemos se é menino ou menina.

Mas, em homenagem a essa notícia, trabalhei uma serissa que já está nesse blog. Reestilizei ela, mudando algumas coisas e também replantei ela para o vaso.

Dei a esse bonsai o nome de "irashai", que em japonês significa "Bem-vindo".

Procurei manter o estilo "naturalistic", apesar de alguns toques clássicos.

Destaco especialmente o nebari, que tem boa formação e a textura da casca, muito comum em plantas mais velhas.

Lembro ainda que essa serissa foi presente do Grande amigo Hugo.

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Piracanta em novo vaso.

Finalmente no vaso novo.
Vaso Chinês, presente do amigo Pedro Stumm.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Serissa Foetida shohin




Essa serissa foetida foi presente do grande amigo João Carlos da União Bonsai Center de Cascavel - PR.
Era um arbusto que ele havia retirado do chão. Estava sem trabalho.
Em julho de 2008 fiz uma poda radical nela, mantendo apenas o galho da direita.
Depois que começou a brotar, passei a definir uma copa compacta e densa. A proposta era um bonsai pequeno e muito forte.
Inicialmente pensei em reduzir altura. Como ela tinha somente 3 raízes grossas, fiz um alporque para criar um nebari "melhor". Por azar ou sorte a alporquia nao pegou e a casca fechou novamente.
Após umas conversas com Walter Pall entendi que algumas coisas não devem ser mudadas. Como ele diz: "é como uma pessoa idosa que trabalhou pesado a vida toda, as costas arqueadas são parte de sua história. Não podemos apagar isso".
Então resolvi inverter a história: Ao invés de ver aquelas raízes como problema, usei elas a meu favor, fazendo uma planta muito mais interessante, com personalidade própria.
Apesar de não ser um naturalistic, algumas idéias estão presentes, especialmente no nebari.
Trabalho final com 18cm + 4cm do vaso.












quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Piracanta - nova cara

Depois de algum tempo parada, chegou a hora de dar uma "mudada" na aparência da piracanta.




O que me encomodava mais era sua forma triangular muito acentuada e sua altura.




A ultima vez que havia trabalhado nela foi em fevereiro 2008, com o Hugo de Arabutã. Na ocasição desfolhamos e retiramos os arames. Depois disso deixei ela por quase um ano crescendo livremente.




Agora, em janeiro 2009 com a presença do Vanderlei, resolvemos mexer nela. Objetivo: resolver os problemas de altura e triangulação dela, deixando-a com ar mais adulto e tranquilo.




Aproveitamos para encurtar os galhos de baixo, aredondando mais a forma dela.




Outra mudança foi o reposicionamento dos galhos. Agora eles não estão mais apontando para baixo (como pinheiro) e sim para cima, como é normal em plantas de folha.























E uma foto da brotação tirada dia 24/01/09:

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Duranta Repens por Vanderlei

Planta: Pingo de Ouro (Duranta Repens)
Altura: 25cm da borda do vaso
Origem: Yamadori
Estilo: Naturalistic / Hokidashi
Artista: Vanderlei Azevedo (Associação Catarinense de Bonsai)
Proprietario: Valdir Hobus
Descrição do trabalho:
A planta foi coletada e mantida em escorredor para recuperação. Não houve trabalho anterior. Todos os galhos são novos.
A proposta inicial do trabalho foi sair da idéia clássica de moyogi. Normalmente somos levados a buscar um estilo ao qual estamos acostumados. Esta planta tinha capacidade de fazer um moyogi clássico, porém a opção foi exatamente esta: fazer algo diferente daquilo que vemos numa primeira olhada.
Antes de qualquer trabalho de aramação ou escolha de galhos, o artista trabalhou todos os cortes da madeira a fim de produzir "uros" e "sharis" o mais naturais possíveis, sem se preocupar com o estilo da planta.
Após o trabalho de madeira, procedeu a aramação de todos os galhos, sem podar nenhum.
Somente após o termino da aramação é que se decidiu quais galhos seriam cortados e qual seria o estilo final.
De certa forma trata-se de uma inversão, sendo que normalmente escolhemos o estilo antes de qualquer coisa.
Neste caso a planta foi conduzindo o artista por caminhos desconhecidos até então.
Como proiprietário da planta, posso dizer que estou encantado com o resultado.
Uma planta natural, que me proporciona tranquilidade e força.
Vamos aguardar o artista para nos falar de sua visão futura da planta.
Espero que apreciem.